O Maximalismo pode ser definido como um movimento estético contrário ao minimalismo. Ao invés de pregar o “Menos é mais” , frase mais famosa do movimento minimalista, no maximalismo a frase da vez é “Mais é mais”.
Dentro das correntes do Movimento pós-moderno, que designa as condições sociais e estéticas que passaram a circular no mundo depois da Segunda Guerra Mundial, o maximalismo pode ser descrito como a ausência de valores e regras, imprecisão pluralidade, mistura do real e do imaginário, espontaneidade e liberdade de expressão.
É uma combinação de várias tendências e estilos, contrária ao racionalismo e aos movimentos burgueses. Demostra, assim, a nova vida do homem pós-moderno, que é bombardeado de informações.
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Rumo ao maximalismo: a geração Z diz que menos é um tédioO maximalismo como vertente do pós-modernismo foi bastante impulsionado na década de 60 pelo arquiteto Robert Venturi, que era um crítico ferrenho do modernismo puro e questionava o não-uso dos ornamentos na Arquitetura. No seu livro “Complexidade e Contradição em Arquitetura” de 1966, Venturi soltou a famosa frase “Menos é chato”, criticando consistentemente o minimalismo
O maximalismo também é descrito como um estilo representante da diversidade cultural, dialogando com minorias e etnias, demonstrando a diversidade e a inclusão estética de todas as pessoas e classes sociais.
Vamos conhecer alguns arquitetos e designers maximalistas que tem feito trabalhos interessantes ao redor do mundo:
Daria Zinovatnaya
Daria é uma designer ucraniana que tem feito sucesso com seus ambientes geométricos e retro-futuristas que misturam cores primárias com cores saturadas.
Além de ambientes residenciais e comerciais, Daria também tem criado peças de mobiliário próprias e é ganhadora do prêmio de Design RedDot de 2017.
Goste ou não do estilo dela, não o que negar que o trabalho de Daria chama a atenção. Seus espaços extremamente lascivos captam a atenção dos olhos e é impossível ficar imune ao efeito de tantas formas e cores num espaço só.
Freddy Mamani
Sem formação erudita, Mamani é o queridinho dos novos ricos da Cidade de El Alto na Bolívia, num estilo que, segundo ele, é um reflexo da cultura indígena andina modernizado com luzes de led e sancas de gesso decoradas.
Muita gente critica fortemente o seu trabalho: seus edifícios já foram chamados de transformers e até de robocops! Mas não há o que negar, Mamani tem feito história…
Tanto é que já foi tema de um Seminário na Architectural Association de Londres, foi matéria na Architectural Digest e teve uma exposição sobre o seu trabalho na Fundação Cartier em Paris no ano passado… Brinque com ele!
Adam Nathaniel Furman
O arquiteto e artista argentino com descendência japonesa e israelita, Adam Nathaniel Furman, é outro expoente do maximalismo.
Adam é o que podemos chamar de maximalista pós-moderno com todas as letras: cria ambientes, obras de arte, instalações, mobiliário, textos, manifestos e peças gráficas. Já foi chamado para lecionar cursos de pequena duração em várias universidades ao redor do mundo.
Ele é fã das cores pastéis e seu trabalho tem sido pautado sobre estudos acerca da aplicação de grafismos e cores em espaços públicos e interiores.
Camile Walala
Camile é uma designer francesa baseada em Londres que se define criadora do estilo “tribal pop”. Seu trabalho é conhecido pelo uso exagerado de listras, triângulos e círculos inspirados em grafismos das artes indígena e africana.
Já foi convidada para assinar linha de produtos e instalações para a Harrods, Nike, Converse, Facebook, TopShop e Swatch.
Seu mais recente trabalho que deu o que falar foi uma casa construída dentro de um container 100% com pecinhas de Lego, da pia da torneira até o piso, e foi chamada por ela de House of Dots. Foram necessárias mais de dois milhões de pecinhas de Lego pra fazer esse trabalho!
Sou super fã do estilo dela e não é à toa vemos o seu trabalho em espaços como postos de gasolina e até museus! É criativa, inventiva e tem um olhar sobre as cores e a geometria super apurado.
E por que estudar sobre o maximalismo?
Além de ser uma linguagem representativa da diversidade e das discussões sobre aceitamento e tolerância tão em voga nos dias de hoje, o maximalismo também é um movimento que tem ganhado força estética nos últimos anos.
Além do forte apelo visual que tem tudo a ver com as redes sociais e a força imagética que elas representam e continuarão representando por um bom tempo (tem post sobre isso aqui), o maximalismo, quando bem utilizado, pode garantir ao profissional uma identidade e assinatura que podem ser utilizadas não só em projetos de arquitetura e design, mas em projetos de instalações, museus, exposições e até produtos.
Goste ou não, o maximalismo veio pra ficar e vale a pena, dentro de tanta diversidade, tentar encontrar um nicho por aí.
Via Tabulla.